terça-feira, 12 de junho de 2012

Papel


Papel

E eu tenho culpa de ser assim?
Vítima do coração?
O tempo inteiro,
Sentindo tanto
Entrando nas histórias,
Nas novelas, nos livros,
nas histórias contadas no vagão do trem,
No banco da frente da condução
na tristeza de uma amiga...
Vivendo uma vida que não é a minha,
Chorando, sentindo junto
Sim, às vezes, eu invento
Eu ouço, eu vejo...
Eu sinto e choro e rio,
fico até enraivecida
E o único que não pergunta nada,
não ri, não duvida.
Ele... nem sei se entende
Nem sei se é gente
É o amigo papel
Papel, papel
Papel digital
Papel de pão
Papel folheto... sei lá
O que vale é o que escrevo nele
Surge então uma dúvida cruel!
O que faz do poeta um poeta,
é o que ele carrega no coração
Ou o que carrega na mão?

                                        Nana Magalhães

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