sábado, 31 de março de 2012

Poesias Eróticas 2 (conteúdo para +18)


 Em Grupo

Que vontade que estou hoje
De me misturar em corpos nus
Dois, Três, quatro...
Uma delícia
Muitas mãos, carícias...
Beijos, peitos, paus,
Muito Bom
Dois corpos beijando enquanto outros dois os penetram
Mãos correndo, mãos desesperadas
Arranhando, apertando, alisando, puxando para si
Quatro corpos encaixados, se lambendo
chupando,
gemendo, 
estremecendo,
num círculo vicioso de tesão
São gemidos e suspiros e até gritos
Todos trocando de posição
Numa dança, sem ensaio, mas perfeita
Em cima, em baixo, Junto, separado,
Movimentando,
Devagar, rápido, intenso...
Ouço o som do tesão,
Dos Gozos, dos epiléticos os gritos de loucura.
E no ar o cheiro instigante, contagiante
Quase alucinante
Do prazer de corpos
Entrelaçados,
“Entregozados”...


                          Nana Magalhães 


Prazer

Acho que estou com saudade
Da sua língua ...
Dela nos meus lábios
No meu pescoço
Nos meus seios
Queria senti-la escorregando sobre o meu ventre
Encontrando meu sexo
Quem sabe eu não reviraria os olhos
Quem sabe eu não entraria em transe
Sei lá...
Sei que gosto, hoje
Das suas mãos no meu corpo
É quase como se desse choque
Gosto de pensar no ato
No beijo, nos amassos...
No jogo de sedução
Nos seus olhos com desejo
Nos corpos adentrados
No frio que dá na barriga
Quase morro de tesão
Maldade me tocar assim
Maldade não tocar também
Maldade me deixar com tanto tesão
Pior seria não deixar
Que maldade me deixar só com vontade
Mas ao mesmo tempo como é bom
Sentir tanto...
Querer demais...
                                                           
                                  Nana Magalhães









Reflexões


Reflexões

Sinto que não sou mais eu
Mas quem é então?
Procuro minhas faces espalhadas
Uma em cada canto, mas tão juntas em mim
Meus vários eus
São tão meus
Uma ora estou triste e na seguinte,
Sorrio demais
Quero gritar, mas neste mesmo instante prefiro calar
Quero tudo ao mesmo tempo, amar, dançar, cantar, gozar
E me explodo num total incomodo
E durmo, e só
Penso, escrevo, fico refletindo pensamentos, desejos,
Reflito, como faço agora
Quem sou, porque é deste jeito que sou,
Há como ser diferente ?
Sei lá! Sei lá!Entende?
Você que está ai dentro, me torrando o saco
Com esta besteira do ser.
Entenda, que somente.... sei lá
É assim que sou
Às vezes gosto
Mas quase sempre não
Mas me divirto
Me atrapalho, mais que me divirto
Mas gozo
Isso que importa pro meu eu ser eu
Gozar...
Gozar a vida
Gozar a minha cara, branca, velha, nova, triste, cansada, bonita...
Gozar tudo o que não penso que sou
Mas sou
Felizmente ou infelizmente
Sei lá ...
é só eu não sendo mais eu
Ou sendo mais eu do que acredito ser.

                                      Nana Magalhães









quinta-feira, 29 de março de 2012

Poesias Eróticas (conteúdo para +18)


Dias chuvosos

É nos dias chuvosos
Que sinto mais falta...
De você
De suas caricias
Dos beijos e toques picantes
Fico meio perdida
Vagando pela casa
Sem saber direito
O que fazer no próximo final de semana
Tenho programas, é claro
Até outros caras...
Mas na cama é teu cheiro que eu sinto
Posso quase sentir o abraço
e sua mão me acariciando
e nós dois sabíamos bem onde isso ia parar
Penso em você...
Sinto você,
Não o tempo inteiro
Mas sempre que sobe o calor
O fogo me toma
e lembro dos nossos momentos quentes
Nós dois nus
Como dois animais no cio
Numa noite de frio
Suando como se houvesse ali uma fogueira acesa
Na verdade até tinha
Uma dentro de mim e outra em você
Fazendo um incêndio
Ah!  Saudade!

                                                        Nana Magalhães




Fogo

Estou cheia de fogo
Que diabo você tem?
É só você se aproximar
E meu sexo
Dá sinal
Dá um frio na barriga
A sensação novamente de embriaguês
O frio na nuca, que espera o seu toque
Fico molhada
Perturbada
Sei o que significa ”subindo pelas paredes”
É uma vontade desesperadora de lhe arranhar as costas 
Beijar-te, já perdendo a lucidez
Desfalecer meu corpo em seus braços
Entregar-lhe os seios nus
Para que possa me oferecer carícias
Tocar-lhe o sexo
Beijá-lo...
Fazer você morder os lábios de prazer
E te fazer adentrar o meu cosmo
...ficar leve
Ficar Zen
Chegar ao pico do prazer
Finalmente sentir tudo que sinto
Todas as estranhas e gostosas sensações
Que meu corpo sente
Ao sentir que o seu se aproxima.


                                               Nana Magalhães 


quarta-feira, 28 de março de 2012

Para alguém especial


Juras

Sim eu me enganei,
E fui só eu que me machuquei
As marcas físicas não são nada,
diante das marcas deixadas no meu coração
Sei que meu temperamento não é dos melhores
Sei, aliás, que sou difícil mesmo de lhe dar,
mas acreditei em você,
no teu amor por mim.
Eu não te enganei, nem por um minuto se quer
Me abri, mostrei meu pior lado desde o início
E você quis enfrentar, me prometeu coisas
Disse-me juras de amor que ninguém nunca vai saber...
Só eu e você, se é que você  lembra!
Daquelas ditas no sofá, na cama ou na esquina.
Suas palavras doces
Me conquistaram,
 me fizeram acreditar, que era eu
A mulher mais amada do mundo
Juntos, encaramos o mundo, pelo menos eu acreditava nisso,
E sem poder, sabendo que não tínhamos nada e que estávamos sem apoio,
Plantamos uma semente, semente que eu reguei,
Enquanto você olhava,
que eu cuidei, enquanto você fingia
Sim, até certo ponto estávamos juntos e foi quando eu me distraí
A nossa colheita precisava de mais cuidados
Exigia mais de mim
E quando olhei
Cadê você?
Você não fingia mais e nem olhava
Você pegou algum trem que eu perdi.
Pirei!
Pirei sim!
E quem não faria?
E agora o que fazer?
 Procurei nos meus registros,
não encontrei nas palavras e nas juras que me fez este capítulo
e a nossa planta, era pra ser nossa lembra?
Nós decidimos assim,
Não consigo seguir.
Não faz mais sentido.
Olho para os lados e para frente
E me vejo num deserto com uma planta na mão
Não é mais um campo, nem a floresta linda que pintamos
Me diz, o que faço num deserto coma uma planta na mão?

Nana Magalhães
28/03/2012






terça-feira, 27 de março de 2012

Poemas



Poema bandido

Inspiração é diferente de tesão
Eu penso assim
Eu quero que seja assim
Eu tenho um dom
Escrevo sentimentos
Invento ou crio sentimentos
para que eles possam ser escritos
Não leve tão a sério
O que um poeta escreve
Ele te fará sentir o que ele nem sempre sente
E roubará também os seus sentimentos
e os escreverá como se fossem dele próprio
O poeta é um manipulador de sentimentos
Fará qualquer coisa por um poema.

Nana Magalhães




O Outro

Gosto de pensar que dentro de mim existe um outro
Gosto de pensar também que este outro é homem
Sei lá, é que não consigo simplesmente imaginar
que esta pessoa que eu brigo sempre
Que é teimosa e mimada
Que pensa várias sacanagens, melancolias e o escambau
É  uma alma feminina e doce.Não!
Penso nela como um Gregório
Ou Boccagio
Talvez Carlinhos...
Drummond ou Chaplin
É...Esses caras
Esses boêmios
Ou  espírito deles
Me perturbam de um jeito gostoso
Amo demais estar com eles e sentir
Àquela voz dentro de mim
Entro num êxtase sem igual no momento 
Que encontro a rima perfeita
Meus dedos decorrem sobre o teclado
Como se tivesse tocando uma música num piano
E dentro de mim quase ouço a melodia
A cabeça esvazia, não pensa outra coisa, não voa
Concentra na música oculta das palavras
Suspiro, e ele vem, me toma e me faz continuar
É insistente
É loucura sim!
Só quem pode entender é quem já ouviu dentro de si um outro
E sentiu o corpo voar e só a cabeça e os dedos funcionarem
Tão perfeito e desregradamente como em nenhum outro momento
Que sem nem mesmo acreditar naquele instante, saiu algo ...

Assim mesmo, quando termino,não tenho elas para descrever o que criamos
Todas estão ali, as palavras fugiram
É assim que sinto
É o gozo dos poetas.

                                                           Nana Magalhães

Começo


Não poderia inciciar este blog com outro poeta, ele é uma das minhas maiores fontes de inspiração, meu Mestre: Fernando Pessoa.

Isto

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê! 

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.