terça-feira, 27 de março de 2012

Começo


Não poderia inciciar este blog com outro poeta, ele é uma das minhas maiores fontes de inspiração, meu Mestre: Fernando Pessoa.

Isto

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê! 

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração. 


2 comentários:

  1. Amei! Já era hora de deixar num espaço seu, tudo aquilo que trazes dentro de si... já era hora!!!
    Escreva todos os dias, todas as horas, escreva, Nana, escreva!!!!
    Beijos e parabéns!
    Te adoro
    Andreia Sieczko

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    Respostas
    1. Que Bom que gostou! Vou tentar colocar todas as coisas que eu tenho escritas aos poucos e sempre que escrever algo novo vou postar logo,bem frequinha!!!!!

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